Quarta Revolução Industrial – Indústria 4.0

automação

Automatização

A quarta revolução industrial surgiu na Feira de Hannover no ano de 2011. Esta quarta revolução industrial é diferente de todas as demais. Uma grande gama de novas tecnologias estão sendo colocadas a funcionar de modo integrado e colaborativo no mundo físico, digital e biológico.

Esta revolução industrial se caracteriza por ser capaz de mudar de forma drástica o sistema de produção fazendo com que isto provoque uma melhora na economia de milhões de pessoas e aumentará a qualidade de vida como nunca antes havia ocorrido, porém, ela também carrega alguns perigos cuja dimensão desconhecemos em parte porque todo esse processo promoverá uma mudança radical na mentalidade das pessoas e na maneira de conceber o mundo como jamais aconteceu até hoje, depois de havidas três outras grandes revoluções industriais.

A primeira revolução industrial surgiu no ano 1784 com a mecanização dos processos de produção e a chegada da máquina a vapor, que promoveu a troca dos músculos pela máquina. Durante a primeira revolução industrial se viveu o maior conjunto de transformações econômicas, tecnológicas e sociais da historia da humanidade, desde o período neolítico, ao levar a sociedade de uma economia rural, baseada na agricultura, para uma economia industrial e mecanizada. Essa transformação multiplicou a renda per capita, como jamais havia ocorrido.

A segunda revolução industrial ocorreu com o desenvolvimento da eletricidade em 1870, a invenção do telefone em 1876 e o desenvolvimento do automóvel em 1885. Essa segunda revolução industrial se prolongou até o começo da primeira guerra mundial. O desenvolvimento da eletricidade permitiu que as pessoas pudessem trabalhar à noite, o que fez nascer a divisão do trabalho e, sobretudo, desenvolveu a produção seriada, quando, em 1908, Henry Ford, começou a fabricar carros em uma linha de montagem, com um sistema totalmente inovador, que deu início à era do consumo de massas.

A terceira revolução industrial começa nos anos 60 e se baseia na tecnologia digital, no uso massivo de computadores e no crescimento exponencial da Internet, que deixou de ser uma rede militar e passou a conectar praticamente tudo e se tornar completamente imprescindível. Na vida diária os computadores mudaram o panorama social e da produção, de forma radical.

A quarta revolução industrial vai acontecer quando a terceira revolução ainda nem estará terminada, é como se algumas revoluções se fundissem em uma e, por isso, os fatores que provocam mudanças, e até grandes transformações nos mercados, aceleram exponencialmente suas possibilidades. Esta quarta revolução industrial pressupõe uma combinação do poder de transformação, existente nos computadores, com a existente na conectividade extensiva, a quase qualquer dispositivo.

No mundo da conectividade total, unida à inteligência artificial, combinada com a internet das coisas, a robótica,  a impressão 3D e a condução autônoma são as chaves neste processo, a inteligência artificial, se prevê que será uma das tecnologias mais importantes desta revolução, juntamente com o desenvolvimento de novos materiais, mais duros e leves, como o grafeno, a espuma de titânio ou o Cardín, que permitam a fabricação de objetos até agora impensáveis.

Para a maioria dos pensadores esta revolução industrial trará, também, graves problemas, centrados, principalmente, na desigualdade e na eliminação de um grande volume de salários, em função de que o trabalho, muito provavelmente, será largamente automatizado, como já está acontecendo, por estar ficando muito fácil substituir, homens e mulheres, por máquinas ou robôs.

A Quarta Revolução Industrial – Industria 4.0 – terá um impacto muito maior em países emergentes, como Índia, os da América Latina e da Ásia. A Internet das coisas conseguirá fazer com que cada vez haja mais objetos conectados, mediante sensores, à Internet, enviando dados de tênis esportivos, por nós de microondas,  automóveis. motores de carros, pulseiras reuters, lavadoras, canalizações, interruptores, televisores, quadros, telas, semáforos, estradas, enfim, praticamente tudo vai estar conectado, isto implica supor a codificação de uns 50 milhões de objetos no mundo, com a possibilidade de seguir o movimento e o funcionamento das coisas, em escala global.

As consequências de ter tudo codificado será poder dispor de uma imensa quantidade de dados, disponíveis, para qualquer processo de controle, o que poderá terminar com a privacidade das pessoas. A impressão 3D terá um papel muito importante no novo conceito de manufatura e fabricação, se basearão em informações que, recentemente atualizadas, em software aberto, de uso livre, permitindo que se afirme que, no futuro, qualquer pessoa poderá fabricar, qualquer coisa,

Serão fabricados carros, órgãos, instrumentos musicais, joias, casas, próteses ou, inclusive, robôs delinquentes, conforme nos diz Gael La Bing, um escultor e designer francês, que criou um robô, que pode ser montado inteiramente com pequenas peças feitas em impressoras 3D, caseiras. A condução autônoma será outro dos fatores de mudança sobretudo na dimensão da troca de energias fósseis por outras renováveis.

A Quarta Revolução Industrial mudará, de forma drástica, o sistema de produção, poderá melhorar a economia de milhões de pessoas e poderá aumentar a qualidade de vida, como nunca antes havia ocorrido, porém, também poderá gerar grandes problemas, porque muitas máquinas passarão a ter condições de tomar decisões de forma autônoma. Haverão problemas na área do meio ambiente, nunca vistos, provocados por intensas mudanças climáticas e à superpopulação.

Milhões de empregos serão destruídos, surgirá uma nova força laboral baseada nos robôs, o mercado financeiro poderá passar por uma entropia, graças à inteligência artificial, que tomará decisões em mil milionésimos de segundos, afetando aos mercados e ações de investidores que, atônitos, observarão as oscilações do mercado, sem nada poderem fazer. Novas empresas aparecerão no setor bancário, algumas delas, potencialmente, poderão até mesmo serem criadas por máquinas, segundo a visão de alguns pensadores mais ousados, os quais imaginam que essas empresas seriam responsáveis pela geração de uma economia disruptiva, dominada por conceitos como os dos millennials.

Os governos e os grandes lobbies terão problemas, em função do empoderamento das populações, imaginam outros pensadores, e à ameaça de seus negócios e sistemas de corrupção. Tudo avançará muito mais rapidamente, tudo será mais radical e tudo será mais perigoso, nesse campo. Muitos imaginam que todos esses avanços vão levar a termos novas moedas, dominadas por sistemas complexos, não alcançáveis, senão, por alguns poderosos, o que poderá levar à extinção, por outro lado, de fatias imensas de população, porém, segundo esses mesmos pensadores, resta, também, a esperança de podermos ressuscitá-los.

Enfim, o pensamento pode nos levar muito longe, tecnologias cada vez mais poderosas continuarão a ser desenvolvidas, de maneira cada mais ágil, tanto sob o domínio da ética, como sob o domínio de seres distantes dela, o que oferece enormes riscos, do mesmo modo como hoje, numa escala muito menor, a tecnologia nuclear, olhada sob o aspecto bélico, igualmente, oferece.

No entanto, penso que somente podemos pensar em futuro para a humanidade, se acreditarmos em seu desenvolvimento, como seres ética e espiritualmente comprometidos consigo e com os demais, buscando, em conjunto, os melhores benefícios do desenvolvimento de novas possibilidades tecnológicas. Imagino, portanto, um futuro em que as pessoas, mais e mais serão poderosas, cada vez mais terão possibilidades de encontrar as boas possibilidades e que o surgimento de tantas possibilidades de prosperar elimina o medo da miserabilidade e permite que os seres humanos desenvolvam uma nova ética, muito mais colaborativa, longe dos pensamentos de restrição e sejam capazes de construir uma sociedade de abundância, onde todos possam estar em busca da felicidade e do próprio equilíbrio.

Em meio a tudo isso, o que acredito é que o homem, em seu aprendizado sempre acaba descobrindo que há algo maior do que a pequenez de seu conhecimento. Na busca dessa grandeza maior do que a dele o homem descobre que existem regras simples, que se perpetuam, a maior delas aquela que rege toda a natureza, incluindo a natureza do próprio homem, tudo se colhe segundo o que é semeado, nada pode ser colhido, nada pode ser ganho, senão, em relação direta com o que foi semeado, portanto, com o objetivo de colher o bem, o agradável e o feliz, a humanidade jamais poderá fugir da necessidade, absoluta, de semear a origem desses valores, portanto, ao contrário do que muitos imaginam, caminhamos, sempre, no sentido da evolução e, passo a passo, o que teremos é a extinção dos pensamentos voltados para a promoção dos benefícios individuais, centrados no egoísmo, cujo resultado somente poderá ser o isolamento, o descrédito e a extinção de quem estiver à frente desses movimentos.